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Reconstruindo o Palácio Interior

Era uma vez o lar dos Andrade, uma família comum que lutava contra um gigante. O mais velho dos irmãos, João, se encontrava enredado nas garras de vícios duros de largar. Para os pais, Maria e José, cada dia era uma tentativa de resgatar o filho daquele abismo.

Em uma quinta-feira normal, após um jantar silencioso, Maria iniciou uma conversa delicada.

“João, meu filho, lembra-se do jardim que plantamos? Como cuidamos daquelas flores?”

João, com a voz baixa, murmurou uma resposta. “Lembro, mãe.”

“Elas só cresceram bem porque tiramos as ervas daninhas e protegemos da praga,” disse Maria, olhando nos olhos do filho. “Assim como nosso palácio interior, que precisa ser cuidado.”

José assentiu. “Precisamos escolher lutar todos os dias, filho.”

Na manhã seguinte, enquanto a casa dormia, João se viu assistindo o nascer do sol. “Será que posso reformar meu palácio?”, pensou ele.

Ao observar a luz invadir o quarto, pegou sua Bíblia desgastada e leu sobre um homem chamado Paulo, que mesmo aprisionado, encontrou força além de sua própria.

Naquela missa de domingo, padre Luís falou algo que balançou João. “Mesmo que tenhas deixado teu palácio em ruínas, há sempre tempo para reconstruir.”

E assim, todos os dias, a família Andrade laborava no palácio de João: vigiando as portas contra as tentações, restaurando os muros das boas escolhas e o mobiliário com fé e amor.

João começou a frequentar reuniões e encontrou outras almas reconstruindo seus palácios. Em uma delas, uma senhora chamada Lúcia compartilhou uma história.

“Como Jó, perdi tudo. Mas nunca desisti do meu palácio.”

E João também não desistiu. Dias se transformaram em semanas, semanas em meses. O palácio antes em ruínas agora brilhava com uma beleza revitalizada.

Numa noite de celebração, enquanto sorriam à mesa de jantar, José brindou:

“Pelo palácio que superou a escuridão!”

“Amém,” a família concordou, e o palácio de João, sustentado pela fé e amor, permaneceu forte, um testemunho de que mesmo o mais danificado dos corações pode encontrar um caminho para a recuperação.

E assim, o palácio que João tanto lutou para reconstruir não era feito de pedras e sim de esperança, fé e a persistência da família. Cada dia era uma vitória, cada escolha uma nova pedra na fundação da nova vida que construíam juntos.

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