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Ouvindo no Silêncio do Bosque Sagrado

Em uma pequena vila, cercada por vastos campos e um imponente bosque, vivia uma família tecida de laços fortes e tradições antigas. Naquele tempo, a sabedoria era transmitida através de histórias contadas ao redor do fogo, sob o manto estrelado da noite.

O avô, patriarca da família, era reconhecido por todos como um homem de profundos conhecimentos e um grande contador de histórias. Mas havia um segredo pouco conhecido sobre a fonte de toda essa sabedoria: o bosque.

Certo dia, o mais jovem da família, curioso e impetuoso, perguntou ao avô de onde vinha toda a sua sabedoria. O avô, com um sorriso enigmático, simplesmente respondeu: “Venha comigo.” Juntos, adentraram o bosque, deixando para trás os sons da vila e mergulhando no silêncio que só a natureza poderia oferecer.

Caminharam por entre árvores ancestrais, cujas raízes pareciam guardar segredos milenares. O jovem estava impaciente, ansioso por descobrir o segredo do avô. Finalmente, chegando a uma clareira, o avô parou e, com um gesto, convidou o neto a sentar-se ao seu lado.

“Fique quieto. Apenas escute,” sussurrou o avô. No começo, o jovem não entendeu. Tudo o que ele podia ouvir era o som suave do vento nas folhas e o canto distante dos pássaros. Mas, à medida que o tempo passava, algo começou a mudar. O jovem começou a ouvir mais claramente: o sussurro das árvores contando histórias antigas, os animais compartilhando os mistérios da sobrevivência e da coexistência.

Pela primeira vez, ele compreendeu. Não era apenas sobre ouvir com os ouvidos, mas com a alma. O bosque estava ensinando, e cada criatura, cada folha, tinha algo a dizer. O segredo da sabedoria do avô era sua capacidade de ouvir, verdadeiramente ouvir, o que o bosque tinha para ensinar.

Quando retornaram à vila, o jovem estava transformado. Ele percebeu que em sua incessante busca por respostas, ele havia esquecido de ouvir. Ouvir não apenas os outros, mas também o mundo ao seu redor.

Com o tempo, o jovem se tornou tão sábio quanto o avô, e ele também ensinou a seus filhos e netos a importância de ouvir. E assim, geração após geração, a sabedoria do bosque foi passada adiante, um lembrete silencioso de que às vezes, para realmente entender, devemos primeiro aprender a ouvir.

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