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O sopro do vento e a sabedoria do avô

Em uma pequena vila onde o vento parecia conversar com as casas e seus moradores, vivia um menino chamado Lucas, junto de sua mãe, pai, irmãos e o avô José. O avô José era conhecido por todos pela sua paciência e sabedoria, e Lucas adorava passar as tardes ouvindo as histórias que o vento parecia trazer até ele.

Numa tarde ensolarada, enquanto o vento dançava pelas árvores, Lucas estava impaciente. Seu pai havia lhe pedido para ajudar nas tarefas de casa, mas, como todo jovem cheio de energia, Lucas queria era explorar os mistérios que o vento poderia lhe contar lá fora.

“Lucas, lembre-se de ajudar sua mãe com as coisas dentro de casa”, disse seu pai, antes de sair para o trabalho. Porém, a voz do pai, tal como o sussurro leve do vento, parecia ter se perdido no caminho aos ouvidos do menino.

Foi o avô José, com seu passo lento e seguro, quem encontrou Lucas sentado à soleira, olhando para o horizonte, onde o vento brincava de esconder atrás das colinas.

“Lucas, por que ignora os pedidos do seu pai? Não percebe que a obediência é como o vento, que, por mais suave que seja, tem a força de mover as árvores mais rígidas?” perguntou o avô, sentando-se ao lado do neto.

Lucas, com um olhar curioso, virou-se para o avô.

“Mas, vovô, o vento é livre, não precisa ouvir ninguém”, respondeu Lucas, confiante em sua observação.

O avô José sorriu e, olhando para o céu onde o vento fazia as nuvens dançarem, explicou: “O vento, meu querido, segue as leis criadas por Deus. Ele viaja pelo mundo, tocando a vida de todos, mas sempre obediente ao seu curso. Assim como ele, devemos também aprender a seguir os sussurros de sabedoria e orientação daqueles que nos amam, para que possamos crescer fortes e sábios.”

Lucas pensou nas palavras do avô enquanto observavam em silêncio o balé das folhas ao vento.

No dia seguinte, Lucas decidiu ouvir o conselho do avô. Ajudou em todas as tarefas de casa, desde a limpeza até preparar a mesa para o jantar, tudo sem que sua mãe tivesse que pedir. O vento, parecendo aprovar sua mudança de atitude, brincava gentilmente com seu cabelo cada vez que ele passava pela porta.

No jantar, a mãe de Lucas, surpresa e feliz com a ajuda inesperada, agradeceu-lhe calorosamente. Lucas, sentindo-se útil e contente, lançou um olhar ao avô José, cujos olhos brilhavam com orgulho.

Assim como o vento, que apesar de sua liberdade inata segue um caminho guiado e com propósito, a obediência e o respeito pelas orientações daqueles que nos amam e querem o nosso bem não nos limitam, mas nos guiam para crescer e florescer.

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