Era uma vez em uma pequena e pacífica cidade, um jovem chamado Tomé. Ele era conhecido por sua curiosidade e seu ceticismo. A fé dos mais velhos em contar histórias sobre um muro mágico que protegia a cidade de qualquer mal não era algo que Tomé pudesse aceitar sem ver por si mesmo.
O muro não era feito de tijolos nem de pedras, mas de uma forte crença dos animais da floresta. Eles rodeavam a cidade, e sempre que alguém da comunidade se sentia desesperado, era comum dizer que era preciso tocar o muro invisível para recobrar a esperança.
Certa noite, um lobo jovem e ousado entrou na cidade. Ele não parecia temer o muro invisível como os outros animais. Tomé, intrigado com a coragem do lobo, decidiu segui-lo. O lobo caminhava com determinação até que parou frente a uma barreira invisível. Com um sorriso no rosto, ele saltou e, para o espanto de Tomé, atravessou o que parecia ser uma barreira invisível.
Inspirado pelo lobo, Tomé decidiu que queria sentir o muro. Mas, ao tentar, ele esbarrou em algo sólido. Desapontado, foi confrontar o lobo, que disse: “Só pode atravessar quem tem a fé genuína.”
Nos dias seguintes, Tomé se dedicou a compreender o que era essa fé que os outros viam, mas ele não. Ele passou a conversar com os mais velhos, a escutar as histórias e a refletir sobre elas. Com cada conversa, o muro ficava um pouquinho mais esmaecido aos seus olhos.
Um dia, a cidade enfrentou uma grande tempestade. O vento rugia e a chuva ameaçava inundar tudo. Tomé, agora com uma nova compreensão, dirigiu-se para onde sabia que o muro estaria. Fechou os olhos, respirou fundo e deu um passo a frente… Desta vez, não houve resistência.
Ele abriu os olhos no meio da tempestade e percebeu que nada o afetava. O lobo estava ao seu lado, e ambos fizeram um sinal para os outros seguirem. Um a um, os jovens atravessaram o muro, amparados pela crença renovada de Tomé.
Quando a tempestade passou, a cidade estava salva, e Tomé se tornou um herói, mas ele sabia que o verdadeiro herói era sua fé, aquela que ele cultivou e que cresceu dentro dele.
A lição de moral: A verdadeira fé não é algo que se vê ou toca, mas algo que se sente no coração e se fortalece com a compreensão e a coragem para enfrentar os desafios.