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O Amor entre Súplicas

Era um tempo remoto, onde as estradas eram definidas pelos rios e as histórias escritas em corações valentes. Em uma pequena aldeia, escondida entre as colinas e cercada por vastos campos, vivia uma jovem chamada Mara.

Mara tinha os olhos tão profundos quanto a própria noite e um espírito tão luminoso quanto o amanhecer. Seu coração, no entanto, era ocupado por um amor profundo por Eli, um jovem pastor de ovelhas, conhecido por sua bondade e simplicidade.

Certo dia, enquanto o sol começava a se pôr, colorindo o céu com tons de laranja e rosa, Eli encontrou Mara à beira do rio. “Mara,” disse ele, com uma voz suave, “tua beleza supera o pôr do sol.”

E ela, envergonhada, mas com um brilho nos olhos, respondeu: “E teu coração, Eli, é mais puro que as águas deste rio.”

Era sabido que, para todo o amor que florescia, havia sempre tribulações. O pai de Mara tinha outros planos para ela, sonhando em vê-la casada com um comerciante rico da cidade vizinha, trazendo assim prosperidade para sua família.

Sabendo dos desejos de seu pai, Mara se ajoelhou na pequenina igreja de pedras da aldeia e elevou seu coração em uma oração silenciosa. Ela pedia por um caminho onde o amor pudesse triunfar, onde ela e Eli pudessem estar juntos, livres das amarras dos desejos alheios.

Eli, por outro lado, sabendo pouco das artes de convencer um coração endurecido, dirigiu-se ao topo de uma colina, sob o vasto céu estrelado, e também fez sua oração. Pedia sabedoria, pedia coragem e, acima de tudo, pedia que a vida lhes fosse gentil e concedesse a bênção sobre seu amor.

O tempo passou, e as orações de ambos pareciam ecoar sem resposta, até que um dia, um viajante chegou à aldeia. Era um homem sabido, conhecedor das escrituras e das histórias antigas. Ficando sabendo do dilema de Mara e Eli, chamou-os e com uma voz cheia de experiência, falou-lhes das histórias de amor de antigos personagens bíblicos, de como a fé e a persistência em suas orações os guiaram através de desafios inimagináveis.

Inspirados pelas palavras do viajante, Mara e Eli decidiram que, juntos, expressariam suas orações não apenas em palavras silenciosas, mas em atos de amor e bondade, espelhando suas intenções puras para com a comunidade e para com o coração endurecido de seu pai.

Com o passar das estações, a persistência e o amor genuíno do jovem casal tocaram os corações de todos na aldeia, inclusive do pai de Mara, que, vendo a verdadeira felicidade no rosto de sua filha e o nobre coração de Eli, finalmente concedeu sua bênção.

Naquela pequena aldeia, cercada por campos dourados, o amor de Mara e Eli floresceu, enraizando profundamente nos corações de todos que testemunharam sua jornada. E todos lembravam, nas muitas eras que se passaram, que foi através da oração, da fé e do amor inabalável que dois corações encontraram o caminho um para o outro.

Assim, Mara e Eli viveram seus dias, sempre lembrando que, nas horas de incerteza, suas orações, simples e sinceras, foram suas mais valiosas companheiras, guiando-os na dança eterna do amor verdadeiro.

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