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Encontro na Praça da Ansiedade

People Sitting On Green Grass Field

Na tranquilidade enganosa de uma cidade que nunca dorme, três amigos encontram-se na praça central, um local agradável rodeado por árvores frondosas e o murmúrio constante de um chafariz. Ana, Bruno e Carlos se aproximam uns dos outros, cada um carregando o peso dos seus dias atribulados.

Ana: “É bom ver vocês. Parece que faz uma eternidade.”

Bruno: “Com certeza. A rotina tem sido sufocante…”

Carlos: “Vocês também sentem isso? Esse peso nos ombros, essa pressa incessante?”

Ana, com um olhar preocupado, concorda com a cabeça. Ela vinha enfrentando momentos de inquietação crescente, onde sua mente não conseguia encontrar um momento de paz, mesmo nos intervalos de sua agenda lotada.

Ana: “É a ansiedade. Sinto que ela suga a minha energia, não me deixa aproveitar os pequenos momentos.”

Bruno assente, entendendo perfeitamente o que Ana quer dizer. Como músico, a pressão para criar e se apresentar constantemente o deixava em um ciclo interminável de preocupação e antecipação.

Bruno: “Vivo na corda bamba entre o próximo acorde e a próxima crise. A ansiedade é como uma nota dissonante que eu não consigo silenciar.”

Carlos, que trabalha com tecnologia, experimenta um tormento similar, com prazos apertados e a demanda constante por inovação.

Carlos: “Temo pela obsolescência a cada segundo, corro contra um relógio que sempre parece estar adiantado.”

O trio se senta em um banco, percebendo que a proximidade física diminui um pouco da tensão que sentem por dentro. O ambiente pacífico da praça contrasta com o caos interior de cada um deles.

Ana: “Como vocês lidam com isso? Com a ansiedade sempre rondando?”

Bruno reflete por um instante, escolhendo suas palavras com cuidado. Ele tem experimentado algumas estratégias, mas nem sempre elas funcionam.

Bruno: “Música ajuda, às vezes. E meditação, quando consigo me concentrar.”

Carlos suspira, sentindo-se um pouco aliviado em compartilhar suas próprias táticas e saber que não está sozinho nesse enfrentamento diário.

Carlos: “Para mim, a tecnologia é uma faca de dois gumes. Me distrai mas também me sobrecarrega. A chave, eu acho, é o equilíbrio.”

Ana considera as palavras de seus amigos, refletindo sobre a própria jornada. Ela já buscou ajuda profissional e tem aprendido a ser mais gentil consigo mesma.

Ana: “Terapia e praticar o autocuidado têm sido fundamentais. Aprendi que está tudo bem em não estar sempre bem.”

A conversa entre eles flui naturalmente, abrindo espaços para desabafos e conselhos. Eles falam sobre aceitação, sobre a importância de reconhecer seus limites e sobre encontrar suporte naqueles que os cercam.

Bruno: “Nunca pensei que falar abertamente faria tanta diferença. É como se eu me desamarrasse de algumas correntes.”

Carlos: “É verdade. A transparência conosco e com os outros é como um antídoto para a ansiedade.”

Ana sorri com gratidão, sentindo a força da amizade e da vulnerabilidade compartilhada.

Ana: “Olha, eu sei que ainda haverá dias difíceis, mas sentir que não estou caminhando sozinha é mais reconfortante do que vocês podem imaginar.”

A noite cai sobre a cidade, e as luzes dos postes da praça acendem uma após a outra, trazendo uma iluminação serena ao local. Como as luzes contra o crepúsculo, o trio percebe que o apoio compartilhado ilumina a escuridão de suas ansiedades.

Eles se despedem com um novo entendimento, sabendo que apesar de seus caminhos pessoais, eles compartilham uma luta comum – e juntos, encontram forças para seguir adiante.

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