Em uma tundra gelada e desolada, onde o vento uivava como se contasse histórias de outrora, vivia um jovem lobo chamado Lume. Ele sempre se perguntou sobre o significado de sua existência e se havia algo além das montanhas nevadas. Lume sabia que na floresta próxima havia um muro, um grande e imponente muro feito de pedras, que separava os animais que acreditavam em algo maior dos que duvidavam. Os mais velhos falavam sobre o que estava do outro lado, mas o medo da incerteza mantinha muitos longe.
Certa noite, Lume decidiu que precisava descobrir o que estava além do muro. Ele chegou à sua frente, observando as sombras que se projetavam na luz da lua. O medo quase o paralisou, mas um pensamento lhe deu coragem: “E se houver algo grandioso lá fora que eu nunca soube?” Com um profundo suspiro, ele arriscou e pulou sobre o muro.
Ao atravessar, encontrou uma bela planície iluminada pelo sol, repleta de flores e árvores frutíferas. Mas o que mais o impressionou foram os outros animais que lá estavam, todos conversando e rindo. Havia uma raposa sábia, um urso carinhoso e um grupo de aves alegres. Logo, sentiu-se acolhido e admirou a fé e a esperança que eles compartilhavam, apesar de suas tragédias.
Porém, em um momento de descontração, a raposa contou sobre um fogo que consumiu a floresta antiga, e como muitos animais perderam a esperança e recuaram para as sombras. Lume, então, percebeu que os que permaneciam atrás do muro também sentiam solidão e dor, mas não tinham coragem de cruzar
Um dia, em meio a uma tempestade de neve, Lume decidiu voltar e contar a história daquele lugar mágico. Ele reuniu todos os animais da tundra, mas eles ouviram incrédulos. Então, em um instante decisivo, Lume rendeu-se ao seu próprio medo, confessando que também havia hesitado. Foi então que os outros o ouviram com empatia.
A reviravolta veio quando eles se uniram, buscando a coragem que sempre estivera dentro deles, e juntos pularam o muro. A fé, que parecia tão distante, transformou-se em realidade ao viver em comunhão com esperança. Em um ambiente tão hostil, eles aprenderam que só juntos poderiam superar os desafios ao se aproximarem do amor que os unia. Assim, o muro, que parecia um divisor, se transformou em um símbolo de transformação e unidade.
