Era uma vez, em uma floresta tropical, onde o calor do sol banhava cada folha e cada sombra, um tribunal peculiar presidido por um sábio e antigo sapo chamado Justino. Ele era conhecido como o ‘Juiz da Floresta’, pois todos os animais da região vinham até ele para resolver suas diferenças. Com um coração cheio de justiça e conselhos, Justino sempre levava em conta as emoções de cada um, especialmente a ansiedade que costumava assolar os moradores da floresta.
Certa vez, uma situação delicada surgiu. O coelho, conhecido por sua velocidade, havia se desentendido com a tartaruga, que sempre tomava seu tempo. O coelho, ansioso e impaciente, estava preocupado que a tartaruga estava a atrasar sua chance de ganhar uma corrida anual. Do outro lado, a tartaruga, tranquila e ponderada, apenas desejava aproveitar o dia sem a pressão da competição. A ansiedade do coelho começou a afetar a todos, causando conflitos e descontentamento.
Justino convocou uma audiência. Sob a sombra de uma grande árvore, uma multidão de animais se reuniu. O sapo começou a escutar as histórias de cada um, compreendendo que a ansiedade do coelho estava ligada a um medo de ser visto como inferior. Com um sorriso tranquilizador, Justino disse: “Minha querida floresta, a competição é saudável, mas não devemos deixar que a ansiedade nos desvie do que é realmente importante: a amizade e o respeito mútuo.”
A tartaruga, ouvindo as palavras do juiz, teve um momento de reflexão. Ela se lembrou de como havia aprendido a apreciar a vida devagar, observando cada detalhe ao longo do caminho. Assim, decidiu que não se importaria mais em ser a mais lenta. Compartilhou isso com o coelho e propôs que, ao invés de uma corrida, eles fizessem uma caminhada juntos pela floresta, permitindo que ambos apreciem a beleza ao seu redor.
O coelho hesitou, ainda lutando contra sua ansiedade, mas as palavras de Justino ecoavam em sua mente. Com coragem, ele aceitou o convite da tartaruga, e juntos, partiram para explorar a floresta. À medida que caminhavam, ele começou a notar as cores vibrantes das flores e o canto alegre dos pássaros. Lentamente, seu coração foi se aquietando, e a competição foi substituída pela alegria da companhia.
No final do dia, Justino observou do alto do seu tronco, satisfeito. A ansiosa corrida não existia mais, mas uma nova amizade havia florescido. Os animais aprenderam que, às vezes, é crucial parar, respirar e desfrutar do presente. A ansiedade não é uma prisão, mas algo que, junto da paciência, pode nos ensinar a valorizar cada momento. Justino sorriu, sabendo que, como juiz, seu papel ia além da justiça: era também guiar aqueles que traziam em seus corações a inquietação que todos enfrentamos. Assim, a floresta voltava a ser um lugar de paz, onde a ansiedade se dissipava na brisa quente e suave.