O Biscoito da Sabedoria Ancestral
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O Biscoito da Sabedoria Ancestral

Há muito tempo, antes das cidades e dos reinos, havia uma singela aldeia cujas tradições estavam tecidas com enredos de sabedoria e simplicidade. No coração daquela aldeia, uma história se destacava: a fábula do Biscoito da Felicidade.

Era uma manhã comum quando o ancião Elias, conhecido por seus cabelos tão brancos quanto a farinha usada em seus biscoitos, convocou o jovem Jonas. Com sua voz serena, ele começou a partilhar com o rapaz o segredo para uma vida plena.

— Jonas, vejo em seus olhos o anseio pela alegria — sussurrou Elias. — Por isso, hoje te ensinarei a arte dos biscoitos e, com ela, o caminho para a felicidade.

Jonas, cujo espírito era tão inquieto quanto um pássaro no primeiro voo, aquiesceu com entusiasmo.

— Mestre, mostrarei-me digno de tal segredo!

E assim, com a mesa coberta em farinha e mel, a preparação dos biscoitos começou. Enquanto amassavam a massa, Elias disse:

— Para cada biscoito, uma boa medida de paciência deve ser misturada. Na paciência, encontrarás harmonia.

— E como se mede a paciência, mestre? — indagou Jonas.

— A mesma forma que escolhes os grãos para o nosso pão — respondeu o velho com um olhar astucioso. — Seleciona-se com cuidado e se dá tempo para crescer.

Conforme o dia passava e o sol mudava de posição, Jonas aprendeu a dar forma aos biscoitos. Cada um, uma pequena promessa de felicidade. Elias, observando-o, lembrou:

— Lembra-te de Abraão, que mesmo na velhice foi abençoado com um filho. A espera trouxe-lhe a maior das alegrias.

Jonas entendeu que a felicidade não estava apenas no ato de saborear os biscoitos, mas na sua criação. No entardecer, um aroma delicioso se espalhou pela aldeia, atraindo pequenos e grandes. Porém, antes de oferecer os biscoitos, Elias disse:

— Compartilha estes biscoitos, Jonas, e verás o amor multiplicar-se, pois um coração solitário pode desfrutar um biscoito, mas só quando partilhado, ele vira uma celebração de alegria.

E assim Jonas fez, vendo os sorrisos brotarem com cada mordida. Crianças rindo, idosos sorrindo e toda a aldeia unida por aquele momento doce. Através dos biscoitos, ele entendeu a verdadeira essência da felicidade: não era um sentimento fugaz ou um objeto a ser buscado, mas um estado cultivado pelas próprias mãos e compartilhado com os outros.

E desde aquele dia, em todas as luas novas, os aldeões se reuniam para fazer e dividir biscoitos, cada um trazendo a lembrança de que os atos mais simples podem ser a fonte da mais pura felicidade.

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