Numa cozinha singela, repleta de utensílios básicos, os objetos conversavam sobre suas funções diárias. Entre eles, dois se destacavam: a Panela de Pressão e o Forno Lento, ambos destinados a preparar refeições, porém de maneiras distintas.
“Eu sou rápida e eficiente!” exclamava a Panela de Pressão. “Meus feijões estão prontos em minutos!”
O Forno Lento, pacato, replicava: “Devagar se vai ao longe. Meu estufado demora, mas fica delicioso.”
A disputa esquentava, cada qual orgulhoso de sua habilidade. Enquanto isso, a Colher de Pau observava, ponderando sobre a impaciência da Panela e a calma do Forno.
Num domingo, enquanto a família se preparava para o almoço, a mãe decidiu que faria uma sopa. Pegou a Panela de Pressão, mas logo se deu conta de uma pequena avaria em sua válvula. “Não temos tempo a perder, precisamos usar o Forno Lento!” exclamou.
A Panela de Pressão zombou: “Uma sopa num forno lento? Essa eu tenho que ver!”
O Forno Lento sorriu e disse: “É uma questão de paciência, minha amiga.”
A Colher de Pau aproveitou a ocasião: “A paciência, meus caros, é virtude dos santos. Uma sopa lenta permite que cada sabor se misture com amor.”
A Panela, irrequieta, não se conformava, mas assistia à família cuidar da preparação da sopa com zelo e atenção, enquanto conversavam e riam juntos.
O aroma começou a tomar a cozinha, e até mesmo a Panela de Pressão teve que admitir que cheirava maravilhosamente bem.
A sopa estava pronta. A família se sentou para agradecer pela refeição, e a mãe disse: “Que esta sopa, preparada lentamente, lembre-nos da necessidade de sermos pacientes, pois em Deus tudo acontece no tempo certo.”
A Panela de Pressão, agora refletindo sobre o dia, disse ao Forno Lento: “Talvez não haja uma única maneira de fazer as coisas. Que sua paciência seja um exemplo para mim.”
O Forno Lento, com gentileza, acrescentou: “Assim como na vida, há momentos para rapidez, mas há sabedoria em saber esperar.”
A Colher de Pau riu e concluiu: “Lembremos que Deus é o mestre cozinheiro e nós, apenas utensílios em Suas mãos. Na paciência, encontramos a temperança e na fé, a certeza de que toda espera faz sentido.”
A lição ecoou por toda a cozinha: nos planos divinos, a paciência é um ingrediente indispensável, transformando simples momentos em refeições repletas de amor e gratidão.