Em uma aldeia distante, cercada por montanhas, duas mulheres, Clara e Ana, compartilhavam o peso da vida. A aldeia enfrentava uma seca severa, e os moradores estavam perdendo a esperança. Naquele dia, Ana decidiu visitar Clara, que sempre parecia ter uma calma inabalável.
“Clara, o que faremos? A colheita está perdida!”, exclamou Ana, com os olhos cheios de lágrimas.
“Ana, você se lembra do Burro do velho Joaquim?”, perguntou Clara, olhando para o horizonte.
“Como poderia esquecer? Ele era teimoso e sempre se perdia nas trilhas,” respondeu Ana, secando as lágrimas.
“Certa vez, Joaquim estava preocupado porque o burro havia desaparecido por dias. Todos disseram que ele nunca mais voltaria. Mas, um dia, o burro retornou, trazendo consigo uma grande carga de madeira. Ele tinha encontrado um caminho onde ninguém mais foi procurar. A confiança de Joaquim em Deus foi recompensada”, Clara contou serenamente.
“Isso não faz sentido, Clara. O burro é só um burro!”, disse Ana, sentindo-se frustrada.
“Ah, mas é exatamente isso que quero dizer!”, respondeu Clara. “Às vezes, a solução está em lugares que não esperamos. Precisamos confiar, mesmo quando tudo parece sombrio. O burro, apesar de simples, encontrou seu caminho. E nós? Podemos buscar a esperança nas pequenas coisas.”
Ana refletiu por um momento. “Então, devemos ter fé mesmo que tudo pareça perdido?”
“Sim, Ana. A fé é como o burro. Ele não se apavorou nas tempestades que enfrentou. Ele seguiu em frente, mesmo se sentindo perdido. E assim devemos fazer nós também. Acreditar que Deus está conosco, mesmo na dor.”
Com um novo brilho nos olhos, Ana respirou fundo. “Talvez devêssemos cultivar um jardim, mesmo que a chuva demore a voltar.”
“Exatamente! Devemos plantar as sementes da esperança, mesmo em tempos difíceis. Deus nunca nos abandona. Assim como o burro, podemos encontrar um novo caminho”, Clara afirmou.
E assim, naquele dia, as duas mulheres decidiram confiar em Deus, plantando novas sementes, sabendo que a tempestade um dia passaria.