A Porta da Espera e a Virtude da Paciência
A Porta da Espera e a Virtude da Paciência
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A Porta da Espera e a Virtude da Paciência

Em um vilarejo distante, em tempos antigos, moravam duas mulheres: Clara, uma jovem conhecida por sua beleza e inconstância, e Elda, uma senhora idosa, repleta de sabedoria e paciência. Clara sonhava em se casar com o príncipe da região, que visitava o vilarejo apenas uma vez por ano. Na véspera da visita anual, Clara se preparava obsessivamente, sonhando com a dança que a levaria para longe de sua vida simples.

Elda observava tudo de sua varanda, onde sempre aconselhava as jovens da aldeia. Certa tarde, enquanto Clara se arrumava, Elda decidiu compartilhar uma história. “Quando eu era jovem, esperei dois anos pela visita de um viajante que prometeu retornar. Eu fazia a mesma rotina de sempre, mas a cada dia que passava, a paciência moldou não apenas minha espera, mas também quem eu me tornei. Ao invés de me desesperar, meu coração se encheu de paz.”

Clara, impaciente como sempre, apenas revirou os olhos. Naquela noite, ansiosa e animada, esperou do lado de fora, perfeitamente posicionada em frente a uma porta antiga do palácio. No entanto, o príncipe não apareceu. As horas se arrastaram como se fossem dias, e Clara logo começou a se desesperar.

Elda, percebendo a angústia da jovem, aproximou-se e sentou-se ao seu lado. “A porta que aguardamos nem sempre se abre na hora que desejamos, Clara. Às vezes, é preciso esperar. Às vezes, é preciso ter paciência para que as melhores coisas aconteçam.”

Desiludida, Clara não respondeu, mas a sabedoria de Elda começou a entrar em seu coração. Nos dias que se seguiram, ela decidiu seguir o conselho da idosa e focou em viver cada momento com gratidão, em vez de aguardar algo que talvez nunca chegasse.

Um ano depois, quando a visita do príncipe aconteceu novamente, Clara estava radiante, não pelo príncipe, mas por ter entendido o verdadeiro valor da espera. Ao dançar, não buscava somente a atenção do príncipe, mas celebrava sua própria vida e os laços que havia cultivado com as pessoas ao seu redor.

Daquele dia em diante, essa porta, uma vez símbolo de sua impaciência, transformou-se na lembrança da virtude que libertava seu coração: a paciência é a chave que abre as portas mais significativas da vida.

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