Em uma aldeia escondida entre montanhas cobertas de neve, havia um velho sábio chamado Elías. Ele era conhecido por sua profunda sabedoria e pela habilidade de contar histórias que tocavam o coração de todos. Em uma manhã fria, enquanto a aldeia se preparava para o inverno, Elías decidiu reunir as crianças ao redor do fogo crepitante.
“Hoje, crianças,” começou Elías com um sorriso, “vou contar a vocês a fábula da Água-viva.”
As crianças se aproximaram, fascinadas, enquanto o Vento Norte soprava suavemente, trazendo consigo o som distante de um riacho congelado. Elías continuou: “Em um oceano distante e gelado, havia uma Água-viva solitária. Ela flutuava suavemente nas correntes, sua pele translúcida refletindo a luz do sol como se fossem estrelas.
Mas a Água-viva se sentia triste e incompreendida. Os peixes a evitavam, convencidos de que seu toque era perigoso. Em sua solidão, a Água-viva desejou ser como os outros habitantes do mar, desejando um reconhecimento que nunca vinha.
Um dia, uma tempestade feroz começou a agitar as águas, e muitos peixes foram empurrados para as profundezas. A Água-viva, vendo a aflição dos peixes, decidiu agir. Usando sua beleza e leveza, ela dançou nas correntes, iluminando as águas escuras com seu brilho etéreo. Os peixes, fascinados, começaram a segui-la, confiando em seu instinto.
Ao final da tempestade, a Água-viva levou todos a um recife seguro, revelando que, apesar de sua aparência, seu toque não era mortal, mas um símbolo de esperança e proteção.
Elías olhou para as crianças e disse: “Assim como a Água-viva, somos muitas vezes mal interpretados. O respeito e a tolerância nos permitem enxergar além das aparências, entendendo que cada um tem seu papel a desempenhar. Devemos aprender a respeitar as diferenças e a apreciar a beleza que cada um traz.”
As crianças ouviram atentamente, e elas aprenderam que, mesmo em um mundo frio e distante, o calor da compaixão e da compreensão poderia sempre unificar os corações, assim como a Água-viva fez com os peixes.
E, assim, a fábula se tornou uma lição que ecoou por toda a aldeia, um lembrete eterno de que o respeito e a tolerância são the verdadeiras chaves para a harmonia.