Outubro Rosa: Vicentinos na missão de cuidar e prevenir o câncer de mama
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Outubro Rosa: Vicentinos na missão de cuidar e prevenir o câncer de mama

Em outubro, o mundo se veste de rosa para lembrar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. E entre os vicentinos, esse chamado à conscientização ganha um significado ainda mais profundo: o de cuidar não apenas da alma, mas também do corpo das famílias assistidas.

A médica e vicentina Dra. Elisângela Silva Cardoso Albuquerque de Andrade, de São Geraldo/MG, reforça que o câncer de mama segue sendo um dos maiores desafios à saúde feminina. “É um tema de enorme importância. Hoje, o câncer de mama é uma das principais causas de morte entre as mulheres. A prevalência tem crescido assustadoramente, mas, graças a Deus, os diagnósticos precoces também têm aumentado. Isso melhora muito o prognóstico. Mesmo assim, ainda assusta, porque a projeção é que cerca de 28% dos novos casos de câncer em mulheres em 2025 sejam de mama. A boa notícia é que, quando descoberto cedo, o tratamento tem grande chance de sucesso”, afirma a especialista em clínica médica.

A médica lembra ainda que, embora raro, o câncer de mama também pode acometer os homens. “Apesar da incidência ser baixa, em torno de 1% de todos os casos de câncer de mama no Brasil, é preciso que os homens também fiquem atentos a alterações nas mamas, como nódulos, retrações ou secreções.”

Atenção aos sinais do corpo

A Dra. Elisângela explica que o autoconhecimento corporal é essencial para a detecção precoce da doença. “Toda mulher precisa conhecer o próprio corpo e estar atenta a mudanças. Nódulos, retrações ou enrugamentos na pele da mama, saída de secreção pelos mamilos, dor persistente, inchaço e alteração na cor da pele são sinais de alerta. Nenhuma dessas alterações deve ser ignorada. Qualquer suspeita precisa ser investigada por um profissional de saúde”, conta.

Ela também chama a atenção para o fato de que o câncer de mama tem aparecido cada vez mais em mulheres jovens. “Antigamente, era raro ver casos em mulheres mais novas. Hoje, infelizmente, isso tem sido mais comum. Nessas faixas etárias, a mamografia nem sempre identifica as alterações, porque há menos tecido adiposo na mama. Por isso, a ultrassonografia é um exame muito importante. E, independentemente da idade, o autoexame deve ser um hábito. Ele ajuda a mulher a perceber o que é normal e o que é diferente no próprio corpo.”

Como abordar o tema com as famílias assistidas

A médica destaca que falar sobre o câncer de mama com as famílias assistidas é uma missão delicada, mas necessária. “Essa abordagem deve ser feita, de preferência, por mulheres com mulheres. É um assunto íntimo, que exige cuidado, confiança e empatia. É importante conhecer a assistida, saber a melhor forma de conversar, o jeito que ela entende, as palavras que tocam. Assim, conseguimos transmitir a importância do autocuidado de maneira efetiva. Os homens também podem abordar o tema, de forma superficial, incentivando que as mulheres façam seus exames e participem das campanhas de prevenção. Mas quando a conversa é entre mulheres, dá para se aprofundar um pouco mais, com mais intimidade e naturalidade”, ensina,

Além da mamografia, Dra. Elisângela reforça que as vicentinas podem aproveitar esses momentos para falar também sobre o exame preventivo de colo de útero (Papanicolau). “As visitas são uma boa oportunidade para lembrar as mulheres sobre a citologia, o preventivo de câncer de colo de útero. É um assunto que pode ser tratado com tranquilidade. O Ministério da Saúde recomenda o exame de rastreio entre 25 e 64 anos, mas, se houver sintomas, ele pode ser feito em qualquer idade. É só procurar a unidade de saúde”, reforça.

A prevenção e os hábitos de vida

“A prevenção é sempre o melhor caminho”, afirma a médica. Mas ela ainda faz uma ressalva: “A mamografia não previne o câncer — ela antecipa o diagnóstico. A verdadeira prevenção está nos hábitos de vida: manter o peso adequado, praticar atividade física, evitar o álcool, não fumar e, para quem é mãe, amamentar. Tudo isso ajuda muito na redução do risco.”

De acordo com o Ministério da Saúde, a mamografia deve ser realizada regularmente por mulheres entre 50 e 69 anos, podendo incluir também as de 40 a 49 anos, conforme orientação médica. “A mamografia é uma arma poderosa, muito eficaz. O importante é entender que quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor o resultado do tratamento e maiores as chances de cura.”

Combater mitos

A médica ainda faz um alerta importante: “É fundamental que a gente fale sobre as alterações da mama e sobre o autoexame. As vicentinas podem alertar as assistidas a prestarem atenção a qualquer mudança. Também é importante desmistificar algumas crenças. Ainda existe quem diga que fazer mamografia causa câncer, e isso não é verdade. O exame salva vidas, porque permite detectar a doença antes que ela se manifeste. Quanto mais cedo for descoberta, melhor a resposta ao tratamento e maior a chance de cura. Hoje, felizmente, temos visto muitos finais felizes.”

Um gesto concreto de valorização e cuidado

Além das visitas individuais, a Dra. Elisângela incentiva a realização de encontros especiais, que podem acontecer durante o Outubro Rosa, voltados à saúde da mulher.

“Eu já participei de uma experiência assim, em um Conselho Particular, e foi muito bonito. Fizemos uma palestra simples, com slides e muito carinho. As assistidas se sentiram valorizadas, perceberam que alguém se preocupou em preparar algo só para elas. Isso faz toda a diferença. Elas se sentem cuidadas, amadas, reconhecidas. Não precisa ser nada sofisticado, nem ter formação médica para isso. Basta estudar um pouco, preparar o conteúdo com carinho e amor. O importante é que esse momento seja acolhedor e valorize as mulheres que acompanhamos.”

Um convite ao amor que previne

O Outubro Rosa é, para os vicentinos, uma oportunidade de renovar o compromisso com a vida e com o cuidado integral das famílias atendidas. Falar sobre o câncer de mama é, também, um gesto de caridade e evangelização, pois cada palavra de orientação pode representar a diferença entre o medo e a esperança, entre o silêncio e o diagnóstico precoce, entre a dor e a cura.

Como lembra a Dra. Elisângela, “falar sobre saúde é falar sobre amor ao próximo. E isso está no coração do nosso carisma vicentino.”


Dra. Elisângela dá dicas e fala da importância da conscientização





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