Novembro Azul: quebrando tabus e promovendo o cuidado integral com a saúde masculina
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Novembro Azul: quebrando tabus e promovendo o cuidado integral com a saúde masculina

O mês de novembro já se tornou sinônimo de conscientização sobre a saúde masculina, especialmente em relação ao câncer de próstata. Contudo, mesmo após anos de campanha, o engajamento dos homens ainda é um desafio. Muitos continuam afastados dos consultórios e da prevenção, reflexo de tabus e preconceitos que se perpetuam social e culturalmente.

Para compreender melhor esse cenário e discutir caminhos de mudança, a SSVP Brasil conversou com o médico João Paulo Quirino Lopes, da Conferência de São Sebastião, do Conselho Central (CC) de Pitangui/MG, que destacou como o Novembro Azul vai além dos exames, representando um convite à responsabilidade, ao cuidado e ao amor-próprio.

Tabus que adoecem

Segundo o médico, ainda há grande resistência masculina quando o assunto é saúde preventiva. Ele explica que, apesar da ampla divulgação da campanha, muitos homens evitam exames, consultas e até conversas sobre o tema.

“Novembro Azul existe há anos, mas percebemos que muitos homens ainda resistem a fazer exames, buscar ajuda ou até conversar sobre o assunto. Este é o momento de falar, orientar e incentivar. A prevenção salva-vidas, e o cuidado começa agora”, ressaltou.

O medo do diagnóstico, a vergonha relacionada ao exame de toque e a sensação de invulnerabilidade — alimentada pelo pensamento de que “nada vai acontecer comigo” — seguem afastando grande parte da população masculina das ações de prevenção, resultando em diagnósticos tardios e menores chances de tratamento eficaz.

Masculinidade tóxica e saúde

Um dos principais fatores que contribuem para essa resistência é a construção cultural do que significa “ser homem”. Desde cedo, muitos são incentivados a esconder sentimentos e evitar qualquer demonstração de fragilidade.

“Frases como ‘engole o choro’, ‘seja forte’, ‘homem não adoece’ criam a ideia de que ir ao médico é sinônimo de fraqueza. Esse pensamento impede que muitos cuidem da saúde de forma preventiva”, explicou o médico, destacando que essa postura ainda é acompanhada por vergonha e medo, especialmente em relação ao exame de toque.

Como resultado, doenças que poderiam ser detectadas e tratadas precocemente, como o câncer de próstata, muitas vezes só são diagnosticadas em estágios avançados.

Saúde mental: o silêncio que também mata

Outro aspecto frequentemente negligenciado é a saúde mental masculina. Embora o Novembro Azul tenha origem no combate ao câncer de próstata, o médico alerta que o cuidado deve ser integral.

“Muitos homens têm dificuldade de falar sobre seus sentimentos, sofrendo com ansiedade e tristeza. Ainda há muita vergonha em buscar ajuda médica ou psicológica. E isso pode levar ao aumento do estresse, da irritabilidade, da solidão e até ao risco de depressão ou desfechos piores”, afirmou.

Para ele, abrir espaço para o diálogo e incentivar a busca por apoio profissional são passos essenciais para mudar essa realidade.

Prevenção que salva-vidas

A campanha, portanto, deve ser vista como um alerta mais amplo. O médico reforça que o Novembro Azul não se limita ao câncer de próstata, mas promove uma reflexão sobre o cuidado completo com o corpo e a mente.

“A mensagem é muito maior: amar e prevenir é cuidar do nosso corpo e da nossa saúde física e mental”, disse.

Ele lembra que consultas e exames de rotina são fundamentais. A partir dos 50 anos, é recomendado que todo homem realize anualmente o exame de sangue PSA, o toque retal e a avaliação da próstata. Para aqueles com histórico familiar, essas avaliações devem começar aos 45 anos. Independentemente da idade, cuidar da pressão arterial, da glicemia e da saúde mental deve fazer parte da rotina.

O olhar vicentino

Dentro da SSVP, essa conscientização ganha um significado especial. Nas visitas domiciliares, os vicentinos têm a oportunidade de abordar o tema com sensibilidade e acolhimento, incentivando assistidos a buscarem atendimento médico.

“O vicentino pode conversar de forma simples e acolhedora, perguntando: ‘Você tem cuidado da sua saúde?’ ou ‘Já procurou o posto para fazer seus exames de rotina?’. Uma conversa cheia de carinho pode mudar um destino”, destacou o médico.

Ele também lembrou a importância de que o cuidado comece entre os próprios membros da Sociedade. “Antes de cuidar do próximo, precisamos cuidar de nós mesmos. Vicentino saudável serve melhor, vive melhor e testemunha melhor”, afirmou.

Um chamado à responsabilidade

Para concluir, o médico deixou um apelo à sociedade, ressaltando que cuidar da saúde não deve ser visto como fragilidade, mas como maturidade e responsabilidade.

“Que o cuidado com a saúde masculina deixe de ser motivo de vergonha e se torne motivo de orgulho. Nossa saúde é uma dádiva de Deus e nosso corpo, templo do Espírito Santo; por isso precisamos cuidar bem dele com respeito e dignidade.”

Neste Novembro Azul, a SSVP Brasil reforça seu compromisso com a promoção da vida, do cuidado e da dignidade humana. Que cada homem — assistido, vicentino, familiar ou amigo — sinta-se encorajado a buscar acompanhamento médico, prevenção e informação.

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