Hoje, dia 4 de agosto, milhares de corações vicentinos espalhados pelo país celebram uma data muito especial. Comemoramos os 153 anos da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) no Brasil, uma história que começou em 1872, quando foi fundada a primeira Conferência vicentina em solo brasileiro: a Conferência São José, no Rio de Janeiro.
Mais de um século e meio se passou desde aquele gesto inicial de amor ao próximo. Muitos rostos se foram, outros chegaram, mas a missão permanece viva, pulsante, carregada de fé, empatia e serviço. E fica a pergunta: como está hoje aquela primeira semente que foi plantada com tanto carinho, esperança e espírito de caridade?
A resposta é uma verdadeira lição de perseverança e amor. A Conferência São José segue firme na missão vicentina. Atualmente, são sete membros que, com determinação, se reúnem todas as quintas-feiras, às 19 horas, na Basílica de Santa Teresinha, no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro.
Lá, não são apenas reuniões. São encontros de amor, momentos de reflexão, partilha, oração e, acima de tudo, planejamento de ações que transformam vidas. Cinco famílias são assistidas atualmente pela Conferência, cada uma com histórias diferentes, carregadas de desafios, dores, mas também de esperanças. Cada situação é cuidadosamente debatida, buscando não apenas aliviar o sofrimento imediato, mas oferecer suporte real, humano e espiritual.
“Em nossas reuniões, discutimos as questões que envolvem as famílias assistidas. Além do trabalho vicentino, nossa Conferência participa das atividades da Basílica Santa Terezinha do Menino Jesus. Sempre digo que se estamos na missão de vicentinos é o que Jesus Cristo espera de nós. Não estamos neste mundo para não fazermos algo por alguém. Temos obrigação e compromisso com os mais pobres e mais vulneráveis”, avalia a vice-presidente da Conferência, Consócia Anna Beatriz Dutra Lopes Guarilha.
Entre as pessoas que constroem essa bela história está o de Rita de Cássia Alves de Oliveira, vicentina desde 2007, que hoje ocupa, pela segunda vez, o cargo de presidente da Conferência São José. “É a segunda vez que estou na presidência da Conferência. A primeira foi em 2012 e agora volto ao encargo. Me sinto muito bem em realizar o trabalho vicentino na Conferência. É também uma grande responsabilidade, porque o grupo é pequeno, mas, se Deus quiser, vamos trazer mais pessoas”, explica a presidente.
Mas a caminhada não é fácil. O maior desafio da Conferência São José, assim como de muitas outras espalhadas pelo Brasil, é o mesmo: encontrar pessoas dispostas a se comprometer verdadeiramente com a causa vicentina. “As pessoas não querem compromisso. Muita gente acha que ser vicentino é levar a cesta básica e não é isso, você precisa da visita, da palavra, de fazer a mudança real na vida do assistido. Para você ser vicentino você tem que amar os Pobres de verdade. É um desafio”, desabafa a Consócia Rita.
A vice-presidente, Consócia Anna Beatriz, também reforça esse apelo, especialmente aos mais jovens: “Percebo que o maior desafio é levar os jovens para esta Rede de Caridade chamada Sociedade São Vicente de Paulo, que atende aos mais pobres e onde vemos nos semblantes, nos rostos dos pobres, a figura de Jesus Cristo”.
Em meio às dificuldades, os sete membros da Conferência São José seguem firmes, movidos pela fé, pela certeza de que nenhum esforço é em vão. Eles sabem que, há 153 anos, uma semente foi plantada no solo brasileiro. E ela continua dando frutos — frutos de amor, solidariedade e esperança.
O legado vicentino é uma ponte que liga o céu à terra, feita de mãos que servem e de corações que amam. E enquanto houver alguém disposto a dizer “sim” à missão, essa história continuará sendo escrita — com lágrimas, sorrisos e, principalmente, com a força transformadora do amor.
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