Elisabete Maria Castro, carinhosamente chamada de Bete, foi eleita Presidente do Conselho Nacional do Brasil (CNB) em 6 de setembro, no Rio de Janeiro/RJ. Sua eleição marca uma nova etapa para a Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), simbolizando o reconhecimento de uma trajetória de três décadas dedicada à fé, ao serviço e ao amor ao próximo, mas também reafirmando a importância de uma liderança que nasce do compromisso, da espiritualidade e do testemunho.
Natural de Juiz de Fora/MG, Bete ingressou na SSVP em 1994, aos 17 anos, na Conferência Nossa Senhora do Amparo. Seu primeiro contato com a entidade foi através do exemplo de seu pai, que lhe transmitiu o legado de que a vida só encontra sentido quando é colocada a serviço do outro. “Lembro-me da sensação de acolhimento e calor humano ao participar da primeira reunião. A forma como todos se tratavam com carinho e respeito me impressionou profundamente. Meu pai me explicou a importância da caridade e do serviço aos Pobres. Assim nasceu minha vocação vicentina”, recorda, hoje com 48 anos, emocionada ao revisitar esse momento decisivo em sua caminhada.
Proclamada em 1995, desde então nunca deixou de servir. Em todos os níveis da SSVP assumiu responsabilidades, revelando capacidade de liderança e grande espírito de equipe. Atuou em Conferências, Conselhos Particular e Metropolitano, até chegar ao CNB, onde acumulou vasta experiência: foi Coordenadora da Comissão de Jovens da Região 2, 1ª Secretária, membro do Departamento Missionário e, por dois mandatos consecutivos, 1ª Vice-presidente — função que ainda exerce ao lado do Confrade Márcio José da Silva. Recebeu ainda a missão de coordenar a Romaria Vicentina a Aparecida, cargo que desempenhou por oito edições seguidas, conduzindo com fé, criatividade e devoção um dos maiores encontros da Família Vicentina no país e renovando a cada ano a experiência espiritual dos milhares de participantes.
Segundo ela, cada etapa foi uma verdadeira escola. “A formação é constante, mas cada encargo contribuiu para minha vida e reforçou a importância de um trabalho em equipe. É preciso perceber as necessidades, os anseios e as expectativas dos vicentinos em nosso território. Esses aprendizados se juntam para viver a presidência com seus avanços e desafios.” Além da atuação institucional, mantém sua vivência comunitária na Conferência Santa Terezinha, da qual faz parte há 17 anos, fortalecendo sua fé com a prática semanal e cultivando um contato direto com as famílias assistidas.
Seu “SIM” à nova missão foi fruto de discernimento e consciência. “Ele é resultado de todo o aprendizado acumulado ao longo desses anos. Desejo continuar contribuindo para uma SSVP estruturada, planejada, unida e comprometida com o Regulamento e, principalmente, com olhar atento aos mais vulneráveis. Sinto uma mistura de gratidão, emoção e determinação. Sei da grande responsabilidade em coordenar o maior país Vicentino do mundo.” Ela faz questão de agradecer também aos Confrades Marcos e José Avelar, que participaram do pleito, sublinhando a importância da unidade e o fortalecimento da fraternidade que o processo eleitoral proporcionou.
Sua posse acontecerá em janeiro de 2026, no Rio de Janeiro. Até lá, prepara-se com serenidade para assumir a presidência, confiando ao Espírito Santo a inspiração necessária para formar uma diretoria capaz e coesa. “Estou em oração para que a formação da nova diretoria seja iluminada por Deus, identificando as habilidades e paixões que se alinham com nossa missão. Uma equipe unida, comprometida e consciente de sua responsabilidade será fundamental para nossa caminhada nos próximos quatro anos.”
Entre suas prioridades está o fortalecimento das Conferências, que define como o coração pulsante da SSVP. “Meu grande desejo é que todos os vicentinos se comprometam semanalmente com suas Conferências, mantendo viva a visita domiciliar. Essa ação é fundamental para estarmos próximos de quem mais precisa. Sejamos a voz da esperança para muitos que enfrentam dificuldades.”
A futura Presidente também expressa o sonho de ver as Unidades Vicentinas cheias de zelo, esperança e acolhimento. “Após a formação da diretoria, construiremos juntos os projetos para os próximos quatro anos, sempre com foco nas Conferências e na fidelidade ao nosso carisma. Nossas ações estarão embasadas em cuidar da espiritualidade, fortalecer as Conferências de Crianças e Adolescentes, ampliar a participação dos jovens, manter a formação constante, seguir firmes nas ações missionárias e com compromisso de cumprir e fazer cumprir a Regra.”
A eleição de Bete possui ainda um significado histórico: ela é a 3ª mulher a presidir o CNB, somando-se à trajetória de Ada Ferreira e Emília Fernandes Figueiró Jerônimo. “É uma oportunidade de mostrar que a liderança feminina traz perspectivas e contribuições valiosas a uma das maiores Organizações do mundo, reforçando que a diversidade de olhares enriquece e fortalece nossa missão.” O fato de se unir a essas pioneiras dá ainda mais sentido à sua eleição, pois representa a continuidade de uma história de coragem e dedicação de mulheres que marcaram a vida vicentina no Brasil.
Com simplicidade, clareza e emoção, deixa sua mensagem de encorajamento aos vicentinos: “Sejamos a voz da esperança para muitos que enfrentam dificuldades. A missão de servir ao próximo exige coragem, amor e dedicação.”
Sua eleição é fruto de uma vida marcada pela espiritualidade vicentina, pela fidelidade ao carisma e pela perseverança no serviço, sempre sob a proteção de Santa Teresinha, sua santa de devoção. Iniciada no seio da família, amadurecida nas Conferências e consolidada nos diferentes níveis da SSVP, sua caminhada demonstra que o verdadeiro sentido da liderança não está no cargo, mas no testemunho vivido com simplicidade e entrega. Ao assumir a presidência do CNB, Elisabete Maria Castro reafirma o compromisso de fortalecer ainda mais a Organização, conduzindo-a com fé, escuta, proximidade e profundo amor aos Pobres, renovando a esperança de que a SSVP siga firme em sua missão de caridade.
1/21
