A Lição do Padre no Calor do Sertão
A Lição do Padre no Calor do Sertão
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A Lição do Padre no Calor do Sertão

Em um calor escaldante do sertão nordestino, um homem chamado Miguel caminhava pela estrada de terra vermelha, buscando água para sua família. Ele sempre passava pela pequena capela da aldeia, onde um padre, conhecido por sua bondade, costumava receber todos. Miguel, porém, tinha um certo receio do padre, pois o via ajudar todos, independentemente de suas crenças ou pecados.

Certa tarde, ao se aproximar da capela, encontrou o padre sentado em um banco, com um sorriso no rosto. Instintivamente, Miguel tentou desviar o olhar e continuar sua caminhada.

“Miguel! Venha aqui!”, chamou o padre com voz encorajadora. Surpreso, Miguel hesitou, mas decidiu se aproximar.

“Boa tarde, Padre!”, respondeu Miguel timidamente.

“Boa tarde, meu filho! Você parece preocupado. O que traz você aqui?”

Miguel hesitou, mas não pôde esconder o que sentia. “Padre, eu… eu não entendo por que o senhor ajuda tantas pessoas, mesmo aquelas que não seguem a fé. Eles não merecem, eles não têm respeito por nossas tradições.”

O padre sorriu, vendo a confusão no coração de Miguel. “Meu amigo, a diferença não está em quem merece ou não. O amor e o respeito que temos uns pelos outros não são condicionais. Veja aquele casebre ao fundo?” Apontou.

“Aquilo é a casa de Dona Clara. Ela não acredita como nós, mas vive sozinha e tem sofrido muito. Se eu não ajudá-la, quem vai?”

Miguel olhou na direção que o padre indicou e sua expressão mudou.

“Mas e se ela zombar do senhor?” perguntou Miguel.

“O verdadeiro respeito se manifesta na compreensão e em ações. Ser tolerante não significa aceitar tudo, mas sim entender que cada ser humano tem suas batalhas. É nossa missão amá-los, assim como o Senhor nos ama, independente de nossas falhas.”

Miguel refletiu sobre as palavras do padre, sentindo uma leveza nova em seu coração. Ele percebeu que a verdadeira fé se estendia além das paredes da capela e que o respeito era a chave para abrir os corações, independentemente das crenças. Assim, ao invés de levar apenas água para sua casa, ele decidiu levar amor e compreensão para quem precisasse, começando por Dona Clara.

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