O Piano de Lisboa e a Melodia da Fé
O Piano de Lisboa e a Melodia da Fé
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O Piano de Lisboa e a Melodia da Fé

Em Lisboa, sob a luz suave do entardecer, João caminhava pelas ruas de paralelepípedos, perdido em seus pensamentos. O isolamento havia se infiltrado em sua vida como uma melodia triste que ecoava em seu coração. Ele sentia falta da música que outrora preenchia seus dias.

Ao passar por um café, um som familiar atraiu sua atenção. Era um piano antigo, em um canto, rodeado por pequenas mesas onde casais se sorriam enquanto sorvetes eram saboreados. Ninguém parecia prestar atenção ao piano, mas a melodia que dele emanava era doce e profunda.

“Essa música me lembra de algo…” pensou João, aproximando-se.

Ao se sentar em um banco próximo, ele viu um homem idoso acariciar as teclas. Com um sorriso gentil, o homem olhou para ele e disse: “A música é como a vida, meu jovem. Às vezes, precisamos tocar as notas certas para encontrar a harmonia.”

João inclinou a cabeça, interessado. “Mas e se não soubermos quais notas tocar? E se errarmos?”

O idoso sorriu, suas mãos ainda dançando sobre as teclas. “Os erros são parte da sinfonia da vida. Eles nos ensinam a buscar a luz, a recomeçar. Até as notas disruptivas podem criar algo belo.”

A cada palavra do homem, João sentia como se uma nova esperança surgisse dentro dele. A melodia fluía, uma representação do amor e da graça divina que permeava tudo ao nosso redor. Era como se ele estivesse percebendo o piano como a própria vida, cheia de altos e baixos, mas sempre com a possibilidade de criar beleza.

“Você acredita que a fé pode ser como a música?”, perguntou João.

“Sim,” respondeu o homem com seriedade. “A fé é a nota fundamental que nos sustenta. É o que nos faz acreditar que, mesmo nas partes mais dissonantes da vida, podemos encontrar um propósito.”

Ao final da música, João aplaudiu. O homem olhou para ele, e com um brilho no olhar, disse: “Lembre-se, meu jovem, a vida é um piano. Assim como tocamos, devemos também aprender a ouvir.”

João se levantou, o coração leve, entendendo que a fé é a melodia que nunca se apaga, mesmo nas partidas mais silenciosas da vida.

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