Nas noites quentes de verão na pequena cidade de Esperança, o carpinteiro Miguel olhava para o céu. A lua cheia brilhava intensamente, refletindo sobre sua oficina cheia de madeira e ferramentas. Para ele, a lua não era apenas um corpo celeste; era um símbolo de esperança e renovação.
Miguel começara a sentir que o trabalho havia se tornado uma rotina cansativa, e, assim como a lua, sua fé parecia oscilar. Na pressa do dia a dia, ele esquecia frequentemente que cada prego cravado não era só uma ação, mas uma oportunidade de glorificar a Deus. Uma noite, enquanto admirava a lua, Miguel decidiu que precisava mudar sua perspectiva.
Ele começou a ver cada projeto como uma prece em forma de madeira. Quando lhe pediram para construir um altar para a nova capela, ele se dedicou com fervor. A madeira se tornava a sua oração, e cada mancha ou imperfeição era considerada uma marca da vida e da divindade, como as cicatrizes que todos carregamos.
Assim como a lua passa por suas fases, Miguel compreendeu que sua fé também exigia paciência e aceitação. Havia dias de luz plena e dias de sombra. Ele percebeu que estava rodeado de colegas que enfrentavam suas próprias batalhas, muitas vezes sem que ele notasse.
A lua brilhante tornou-se uma metáfora para sua vida e seu trabalho. Miguel começou a reunir seus colegas nas noites de clareira lunar, onde compartilhavam histórias e conversas significativas. Sob a luz suave e acolhedora da lua, eles refletiam sobre suas lutas e alegrias, reforçando laços e renovando a fé em um propósito maior.
Naquela cidade quente, a lua iluminava o caminho não só de Miguel, mas de todos que se reuniam sob seu brilho. Aprenderam juntos que a verdadeira luz vem quando se compartilha a fé no ambiente de trabalho, e que cada novo dia traz a possibilidade de recomeços. Assim como a lua, suas esperanças e preces também poderiam brilhar intensamente, mesmo nas noites mais escuras.