Em um vilarejo à beira-mar, há muitos anos atrás, morava uma menina chamada Maria. Com apenas sete anos, ela adorava explorar a praia com seu irmão mais velho, Pedro. Certa manhã, enquanto as ondas sussurravam segredos, Maria olhou para o horizonte e disse:
“Pedro, você acha que Deus está lá no mar?”
“Claro que sim!” respondeu Pedro, olhando atentamente para as águas profundas. “Ele está em todo lugar, até mesmo nas ondas.”
Maria sorriu, mas sua curiosidade não se dissipou. Eles decidiram construir castelos de areia, enquanto conversavam sobre como as ondas pareciam dançar na praia. Maria, com a inocência da infância, perguntou:
“Pedro, e se as ondas trouxerem algo mágico?”
“Como assim?” ele indagou, sorrindo.
“Como um peixe dourado que nos conte uma história!” disse Maria, seus olhos brilhando.
Enquanto a tarde passava, as crianças notaram um objeto flutuando na água. Curiosos, correram até a borda e viram que era uma garrafa. Quando Pedro a retirou da água, uma ventania forte soprou, fazendo a garrafa rodopiar. “O que será que tem dentro?” ponderou Maria.
“Vamos abrir!” sugeriu Pedro.
Ao desenroscar a tampa, um papel amarelado emergiu. Ele dizia: “Se você encontrar este pergaminho, saiba que as ondas guardam histórias. Um dia, um viajante encontrou amor e fé em seus mistérios.”
“O que isso significa?” perguntou Maria, confusa.
“Acho que significa que devemos ter fé, mesmo quando não entendemos. A vida é cheia de surpresas, igual ao mar!” respondeu Pedro, pensativo.
Somente naquela noite, sentados na varanda, Maria olhou para o céu estrelado e disse:
“Como o mar é imenso, também é a fé que temos. Podemos encontrar histórias até onde os olhos não vêem.”
Pedro sorriu e concluiu: “E isso nos ensina a acreditar, não importa o quão longe pareça.”
A partir daquele dia, Maria e Pedro não viam mais as ondas da mesma maneira. Cada ir e vir do mar se tornava uma nova história, um novo ensinamento sobre fé e esperança. Ao final de cada dia, eles se sentavam à beira-mar, prontos para ouvir as histórias que as ondas traziam.
E assim, os irmãos aprendiam que a fé é como o grande mar; mesmo em sua vastidão, a beleza e a magia sempre se encontram por trás das ondas. Ao olhar para o céu estrelado, eles se lembravam de que, como o mar, suas vidas também eram guiadas pela luz divina, sempre em busca de novas histórias e oportunidades para acreditar.