Era uma vez uma família que vivia em uma pequena casa na floresta. Maria, a mãe, sempre ensinava seus filhos, João e Ana, com histórias simples e lições valiosas. Certo dia, ela decidiu contar uma parábola sobre uma lebre.
— Crianças, venham aqui! — chamou Maria.
João e Ana correram para perto dela, curiosos. Eles amavam as histórias de sua mãe.
— Hoje, vou contar sobre uma lebre chamada Luz. Ela morava em uma linda clareira na floresta, cercada de amigos e família.
— Lebre? — perguntou João, com os olhos brilhando de interesse.
— Sim, uma lebre — continuou Maria. Todos os dias, Luz corria pela floresta, pulando e brincando. Ela era a mais rápida de todas as lebres da clareira. Todos a admiravam por isso.
— Ela devia ser muito feliz! — disse Ana, imaginando a lebre correndo livremente.
— Era feliz, sim — concordou Maria. Mas Luz tinha uma fraqueza. Ela era muito competitiva e, às vezes, arrogante. Sempre queria provar que era a melhor, mesmo quando não era necessário.
Certo dia, uma velha lebre chamada Sombra apareceu na clareira. Sombra era sábia e vinha de longe, com muitas histórias e lições aprendidas pela vida. Luz a encarou com desprezo.
— Quem é você para nos ensinar algo? — perguntou Luz para Sombra, com desdém.
— Sou apenas uma lebre que já viu o mundo de muitos ângulos — respondeu Sombra, calmamente. E trouxe comigo uma lição importante: a humildade.
— Humildade? — riu Luz. Eu sou a lebre mais rápida, não preciso de humildade.
Os dias passaram, e Luz continuou a se gabar de sua velocidade, até que um dia, organizou uma corrida para provar sua superioridade. Todos os animais da floresta se reuniram para assistir.
— Vocês verão! — gritou Luz. Sou a lebre mais rápida!
A corrida começou e Luz rapidamente tomou a liderança. Contudo, ela estava tão confiante que decidiu parar para descansar. Enquanto isso, uma pequena e silenciosa lebre chamada Flor continuou, devagar, mas sem parar.
— Aquela lebre não vai me vencer — murmurou Luz, deitada na sombra de uma árvore. Quando finalmente se levantou, Flor já estava cruzando a linha de chegada.
— Como pode ser? — exclamou Luz, incrédula. Eu sou a lebre mais rápida!
— Lembre-se, Luz — disse Sombra, aproximando-se. Não é sempre a lebre mais rápida que vence a corrida, mas a mais perseverante.
João e Ana ouviram atentamente, absorvendo a lição.
— O que aconteceu depois, mãe? — perguntou João.
— Luz ficou envergonhada, mas aprendeu a lição de humildade e perseverança. Ela entendeu que nem sempre ser a mais rápida faz alguém melhor.
— E o que aconteceu com Sombra? — perguntou Ana.
— Sombra ficou por um tempo na clareira, ensinando outros. Mas, assim como veio, partiu, deixando atrás de si as lições aprendidas.
Os filhos abraçaram Maria, gratos pela sabedoria que ela sempre compartilhava.
— Sempre lembrem-se da história da lebre Luz — disse Maria. Não é importante ser sempre o melhor, mas sim fazer o melhor com humildade e perseverança.
João e Ana prometeram nunca esquecer a lição da lebre. E, sempre que encontravam dificuldades ou sentiam que precisavam se provar, lembravam da corrida e da sábia Sombra.
