O Calor da Esperança
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O Calor da Esperança

Numa pequena vila, no coração de uma floresta frondosa, existia uma lareira famosa por nunca se apagar. Ela estava situada no centro da Casa do Trabalho, onde os animais da floresta se reuniam para executarem suas tarefas.

— Lareira é a alma do nosso trabalho! — exclamava o castor, enquanto cuidadosamente elaborava sua madeira.

— Sim, ela aquece nossos corações e nosso ânimo — murmurava a formiga, que sempre estava ocupada, carregando suprimentos.

A lareira, além de fornecer calor, também era um símbolo da fé que todos partilhavam; uma fé simples e pura, semelhante àquela de Noé, que incluso diante do dilúvio, acreditava no prometido arco-íris.

Certo dia, a pomba, mensageira do bosque, trouxe notícias preocupantes. Uma tempestade impetuosa aproximava-se, e com ela, a possibilidade de apagar a lareira.

— Precisamos protegê-la! A fé em nosso trabalho não pode se esvair nas sombras do desespero — proclamou o cervo, com a voz tão robusta quanto a fé de Abraão.

— Eu tenho tecidos que podem cobrir as janelas, salvaguardando nossa luz — ofereceu a aranha, que secretamente sempre adorava ajudar.

Juntos, todos trabalharam incansavelmente. A lareira, cintilante, parecia agradecer com seu crepitar gentil. A tempestade chegou violenta, com rajadas de vento tão fortes que abalavam as árvores mais antigas.

— Temamos que nossa fé se esvaia junto com as chamas — lamentou a coruja, a sabedoria refletida em seus olhos.

— Não! Lembrem-se de Jó, que mesmo perdendo tudo, nunca perdeu sua fé — falou o leão, rei dos animais, com sua voz tonitruante inspirando coragem.

A lareira oscilava, mas sua chama resistia, iluminando a escuridão que os cercava. A tempestade rugia lá fora, mas dentro da Casa do Trabalho, um milagre ocorria: a fé fortalecia-se entre as paredes que tanto pareciam frágeis.

— Já se passaram tantas horas! Será que a lareira sobreviverá até o amanhecer? — questionou o rato, pequeno em tamanho, mas grande em preocupação.

— Vai sim — disse o beija-flor, que tinha o costume de só falar quando necessário. — Assim como Jonas, depois da tempestade, encontrou seu propósito, nós encontraremos o sol após esta noite.

E assim foi. Quando as primeiras luzes do alvorecer penetraram as nuvens dispersas, a lareira ainda queimava, um pouquinho mais baixa, mas igualmente forte.

— A lareira não se apaga, assim como nossa fé não se abala — exclamou o elefante, o mais velho e o mais afetado pelo frio, que agora irradiava gratidão.

Desde esse dia, a lareira representou mais do que um simples ponto de encontro ou fonte de calor; tornou-se um símbolo inabalável da resiliência e fé que habitavam o coração daqueles trabalhadores da floresta.

A lareira, com seu calor constante, lembrava a todos que o trabalho feito com verdadeira crença nas suas capacidades e uns nos outros, nunca se extinguiria diante das adversidades.

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