Em uma casa singela, repleta de sorrisos e brinquedos espalhados, morava a família de Lucas, um médico dedicado, conhecido por sua gentileza e profissionalismo. Casado com Sofia, compartilhava a rotina entre o hospital onde trabalhava e o seu lar acolhedor, onde sua pequena filha, Maria, aguardava ansiosa por suas histórias ao final de cada dia.
Certo sábado, enquanto Sofia preparava o almoço, Maria brincava no chão, desenhando corações e casinhas em folhas de papel. Lucas, ainda com o jaleco do hospital, sentou-se ao lado dela e começou a desenhar também. Desenharam a família, o sol brilhante e até o cachorro da vizinhança, Bob. Em meio aos risos e rabiscos, a menina perguntou a Lucas:
“Papai, por que você é médico?”
Lucas olhou nos olhos curiosos da filha e respondeu com simplicidade:
“Para ajudar as pessoas a ficar melhores, meu amor, assim como Jesus ajudou muitos durante sua passagem na Terra.”
Maria assentiu, compreendendo de certa forma a importância do trabalho do pai. Logo Sofia chamou para a refeição e a família se sentou à mesa, agradecendo a comida preparada. As conversas giravam em torno das pequenas coisas do dia-a-dia. Lucas contou sobre um paciente que havia recebido alta, Sofia sobre a receita nova que estava experimentando e Maria sobre a borboleta que havia encontrado no jardim da escola.
Na tarde daquele mesmo dia, Lucas foi chamado para uma emergência. Antes de partir, Sofia disse com preocupação evidente em sua voz:
“Por favor, cuide-se também.”
Mal sabiam eles que a calma do lar seria abalada por um chamado inesperado. Naquela noite, Maria começou a se sentir mal. Sofia, nervosa, tentou contatar Lucas mas sem sucesso, pois ele estava em um procedimento onde celulares precisavam permanecer desligados. Com o passar das horas, a criança piorava, e Sofia decidiu levá-la ao hospital.
Chegando lá, encontrou Lucas saindo de uma cirurgia, cansado, mas pronto para cuidar da própria filha. Com a atenção e competência de um médico e o amor e cuidado de um pai, Lucas assegurou que Maria logo estaria de volta aos seus desenhos e correrias.
Após alguns dias de recuperação, Maria estava em casa, novamente desenhando no chão da sala. Lucas observava, com o coração cheio de gratidão por poder estar ali, para os pacientes e para sua família.
A lição de moral da história é clara: nem sempre conseguimos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e, por vezes, as prioridades competem entre si dolorosamente. O médico, mesmo portador de sabedoria e técnica, sabe que não pode curar tudo, mas ainda assim, o amor que nos motiva a cuidar de quem mais amamos é o que traz verdadeiro significado ao nosso existir.