Em uma pequena casa, com paredes descascando e um jardim precisando de carinho, morava João, um idoso de cabelos brancos, e sua neta Maria. A casa respirava histórias e a simplicidade de uma vida sem luxos, mas cheia de amor e fé.
Numa tarde de sol tímido, João estava sentado na velha cadeira de balanço, enquanto Maria arrumava algumas flores murchas no vaso.
— Vovô, você sempre foi homem de fé? — perguntou Maria, curiosa.
— Ah, minha menina, a fé sempre foi o meu abrigo. Quando a tempestade vem, é ela que me dá esperança — respondeu ele, com um sorriso no rosto.
Maria aproximou-se com um olhar pensativo. Ela sentia-se confusa com tantas coisas acontecendo no mundo e na vida dela própria. A fé parecia algo distante.
— Mas como a fé pode ajudar a gente quando tudo parece dar errado? — questionou Maria, colocando o vaso sobre a mesa com cuidado.
— A fé é como esta planta, Maria. Se cuidarmos, ela cresce, floresce, mesmo que devagarinho — explicou João, apontando para o vaso. — Só precisamos ter paciência e confiar.
Maria olhou para o vaso, pensando nas palavras do avô. Ela sabia que ele enfrentara muitos desafios, perdas e dificuldades ao longo da vida, mas nunca deixara de acreditar que dias melhores viriam.
— Você nunca duvidou, vovô? — ela quis saber.
— Claro que sim, minha flor. A dúvida faz parte da nossa jornada. O importante é não deixar que ela nos paralise. A fé nos motiva a seguir em frente, mesmo sem ver o caminho todo.
Era confortante para Maria ouvir isso. Ela queria muito acreditar que tudo ficaria bem, que ela poderia enfrentar seus próprios medos e incertezas.
— E como posso fortalecer minha fé, vovô? — indagou, buscando orientação.
João pegou as mãos de Maria entre as suas, que eram calejadas pelo tempo mas transmitiam segurança.
— Comece sendo grata, minha querida. A gratidão nos ajuda a ver o bem que já temos. Depois, ajude quem precisa; a fé cresce quando a compartilhamos. E nunca deixe de sonhar e trabalhar por esses sonhos. A fé se alimenta dos nossos esforços.
Maria sorriu, uma sensação de calor preenchendo seu peito. Ela sentia agora que a fé poderia ser uma companheira constante, mesmo naquela casinha humilde, e que tanto ela quanto o avô poderiam se apoiar nisso para enfrentar as tempestades e os dias de sol.
— Obrigada, vovô. Vou lembrar das suas palavras sempre.
Assim, ao lado de João, Maria começou a cuidar da planta, simbolizando o início de uma nova etapa na sua vida, onde a fé seria sua guia, tão simples e poderosa quanto a lição de seu avô.