O Guaxinim Generoso
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O Guaxinim Generoso

Numa próspera fazenda onde a vida crescia em harmonia, vivia um jovem guaxinim chamado Raul. Conhecido por sua esperteza, Raul admirava a paz do campo, mas frequentemente encontrava-se impaciente, sempre correndo de um lado para o outro em busca de comida ou aventuras.

Certa manhã, Raul encontrou uma velha tartaruga chamada Tilda, caminhando lentamente em direção ao lago da fazenda. Ela carregava uma cesta de vime repleta de maçãs vermelhas e suculentas.

“Bom dia, Tilda!”, disse Raul. “Você não precisa de ajuda? Esse caminho levará uma eternidade com essa sua velocidade.”

“Meu jovem”, sorriu Tilda. “O caminho é desfrutado passo a passo. A paciência é uma virtude que o tempo me ensinou.”

Desejoso de acabar com a lentidão da tartaruga, Raul pegou a cesta sem pedir e correu em direção ao lago. “Eu a alcançarei num piscar de olhos!”, exclamou ele.

Mas ao chegar perto do lago, Raul tropeçou em uma pedra solta e com um baque surdo, maçãs rolaram por todo o terreno. Desanimado, ele tentou recolher as frutas, percebendo então que a pressa só lhe causara problemas.

Quando Tilda chegou, encontrou Raul cabisbaixo, cercado por maçãs espalhadas. Ela se aproximou e disse:

“Veja, Raul, se tivéssemos caminhado juntos com paciência, agora estaríamos desfrutando dessas maçãs juntos.”

“Você está certa, Tilda. Eu fui muito apressado e acabei por estragar tudo”, admitiu Raul. “Vou me lembrar disso da próxima vez.”

Tilda sorriu e pediu que Raul lhe ajudasse a entregar uma parte das maçãs ao Sr. Henrique, o porco idoso que vivia isolado no outro lado da fazenda e raramente recebia visitas.

Ao chegarem à casa do Sr. Henrique, Raul notou como o porco parecia solitário e mal conseguia se mover. A cesta de Tilda, apesar do incidente, ainda tinha maçãs suficientes para um gesto de caridade.

“Que surpresa agradável!”, suspirou o Sr. Henrique. “Por favor, comam uma dessas deliciosas maçãs comigo. Sua companhia é mais doce do que qualquer fruta.”

Raul ajudou a servir as maçãs e sentou-se para conversar com o Sr. Henrique. Descobriu que o porco tinha muitas histórias interessantes para compartilhar e uma sabedoria que só vinha com a idade.

Enquanto o sol se punha, Raul percebeu que tinha passado o dia inteiro em uma jornada que ele esperava que fosse durar apenas poucos minutos. No entanto, ele se sentiu mais feliz do que nunca. Aprendeu a importância de ter paciência e a alegria de praticar a caridade sem esperar nada em troca.

Antes de se despedir, Raul prometeu ao Sr. Henrique que o visitaria mais vezes e disse a Tilda:

“Obrigado, Tilda. Sua paciência e bondade abriram meus olhos. De agora em diante, vou praticar a caridade e ter paciência não só com as tarefas, mas também com os outros.”

E assim, o jovem guaxinim começou a ver a vida de uma forma nova. Cada tarefa tornou-se uma oportunidade de aprendizado e cada encontro era uma chance de praticar gentileza e compaixão. A fazenda florescia sob a influência de sua paciência renovada e seu coração generoso.

O tempo mostrou que Raul, o herói improvável dessa pequena fazenda, inspirou a todos com seu exemplo. A paciência e a caridade, ele aprendeu, eram as verdadeiras sementes para uma vida plena e harmoniosa.

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